Tive o grato prazer de conviver com o médico Dr. Jorge
Teixeira dos Santos e de adquirir o seu livro “A Chave da Saúde” com o
sugestivo subtítulo “Mantenha-se saudável sem Medicamentos”. O Dr. Jorge Santos
foi investigador biomédico, epidemiologista, cientista e formador da “American
Medical and Health Corporation” na área do cancro e é altamente crítico em
relação aos tratamentos sistemáticos efetuados por quimioterapia. Em
alternativa, advoga terapias baseadas em produtos naturais com realce para a
planta denominada Curcuma longa.
Aguçou pois, a minha curiosidade e interesse para o estudo desta exótica
medicinal, espontânea nas regiões tropicais.
Com o nome genérico de curcuma existem cerca de 130 espécies
pertencentes à família das Zingiberaceae,
de que também faz parte o gengibre. Vamo-nos deter apenas na Curcuma longa, também conhecida como
açafrão-da-índia, açafrão-da-terra e turmérico. Ela é originária da Índia, sua
principal produtora, consumidora e exportadora. Como se sabe, a Índia é, de
longe e de longa data, a casa das especiarias; que o digam os navegadores
portugueses que, nos séculos XV e XVI, avidamente as buscaram nesta parte
remota do então mundo conhecido pelo ocidente. Ora, dos cerca de 3 milhões de
toneladas de especiarias produzidas por ano na Índia, a curcuma representa a
parte substancial, o que denota bem o seu valor. A denominação “curcuma” provém
do sânscrito, enquanto o termo inglês “turmeric” foi herdado enviesamente da
expressão latina “terra merita”.
A curcuma é uma herbácea perene e rizomatosa que vegeta nas
regiões de climas quentes e húmidos com temperaturas entre os 20 e os 30 graus
centígrados, necessitando de acentuada pluviosidade para proliferar. Conheço,
no entanto, uma amiga que a conseguiu plantar na sua quinta, sita num dos sopés
da cordilheira da Arrábida, beneficiando do microclima lá existente.
A curcuma chega a
atingir um metro de altura e possui longas folhas alternadas, brilhantes,
pecioladas, oblongo-lanceoladas que estreitam em ápice. As inflorescências,
protegidas por dilatadas brácteas, são hermafroditas, verdes na parte de baixo,
brancas ao centro e violáceas no cimo. Os rizomas, cilíndricos, muito
ramificados e aromáticos, de amarelo-alaranjado intenso, constituem a parte utilizável
desta planta. Secos e moídos formam um pó amarelo, divulgado erradamente como
açafrão. Ele é o principal constituinte do caril e da “masala”. Estas misturas
de várias especiarias são largamente utilizadas na gastronomia do oriente há
mais de 2 mil anos.
Foram determinados alguns elementos da complexa rede de
componentes químicos da curcuma, nomeadamente: vitaminas B3, E e K, cálcio,
ferro, magnésio, fósforo, potássio, zinco, princípios amargos, ácidos
orgânicos, resinas e sobretudo, óleos, agrupando 34 essências.
Estão cientificamente comprovadas as propriedades
anti-inflamatórias, antivirais, antibacterianas, antialérgicas, antioxidantes,
anticancerígenas, colagogas, carminativas, reguladoras do sistema digestivo,
apoiantes das funções do fígado e da bílis e estimulantes do sistema
imunitário, desta notabilíssima planta.
Embora prossigam ainda aturadas investigações laboratoriais,
são já imensas as indicações curativas que lhe atribuem para: artrite
reumatoide, epilepsia, diarreia, amenorreia, hepatite, asma, acne, eczema,
psoríase, diabetes, hidropisia, úlceras gastroduodenais, colesterol, doenças
neuro degenerativas como o alzheimer e o cancro, etc.
A
medicina chinesa e a ayurvédica usam abundantemente a curcumina para combater
inúmeras maleitas. A curcumina, princípio ativo da curcuma, é um composto
instável que não pode fabricar-se industrialmente, sendo apresentado em pó, gel
ou pomada.
Na culinária é quase infindável o leque de utilizações em
ementas dos países asiáticos, quer como corante alimentar, quer como especiaria
gustativa, quer ainda como conservante, uma vez que reduz a ação bacteriana e
suprime a oxidação das gorduras. Mesmo nos países ocidentais é cada vez mais
corrente a sua utilização.
Especialmente no sudoeste asiático a curcuma tem papel
relevante na preparação de champôs e perfumes e para tingir tecidos de seda e
de algodão das vestes dos monges budistas e “saris”. Tem ainda funções
folclóricas e religiosas e entra nos ritos funerários do hinduísmo e do budismo.
Determinante parece ser a sua atividade como inibidora do
desenvolvimento dos tumores malignos o que constitui uma solução para debelar o
flagelo do cancro. As estatísticas mostram que a Índia possui,
significativamente, uma das mais baixas taxas mundiais de cancros do cólon,
próstata e pulmão. Isso quer dizer alguma coisa!
Para terminar, eis o preparo de uma simples infusão:
Deita-se 1 litro água fervente sobre 20 g de rizomas de
curcuma, deixa-se repousar 15 minutos e toma-se duas chávenas por dia após cada
uma das principais refeições.
Professora, dona de casa, blogueira, apaixonada pela cozinha, ansiosa por conhecer novos caminhos
e que acredita no amor pela vida e pelos outros.
Gosto muito e utilizo-a na preparação de molhos. Ainda não experimentei bebida, mais por falta de coragem. Tenho receio de não conseguir beber. Continuação de bom trabalho.
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu testemunho, deixando-lhe aqui um convite para ler o texto indicado abaixo, em forma de entrevista, pois terá também acesso a uma receita a ver com garam masala, por acaso conhece?
https://cozinhacomrosto.blogspot.pt/2017/02/yoga-e-alimentacao.html
E volte sempre, porque...
nós somos o que comemos!
Mónica Rebelo do blog Cozinha Com Rosto.