“Nós somos o que
comemos”, desde há muito tem sido a frase que me motiva a cada dia que
passa, mas também a que me incentivou a criar este meu mais recente blogue, Cozinha
Com Rosto, já há quase 1 ano!
Eu simplesmente acredito que o melhor caminho que devemos tomar
é sempre no sentido de um estilo de vida mais saudável, onde, sem dúvida, os
alimentos têm um papel preponderante!
A realidade muitas vezes é-nos bastante difícil de suportar,
tenha ela a ver com níveis baixos de energia, falta de descanso, diminuição das
horas de sono, aumento das horas de trabalho, deficiente gestão do stress,
tensão alta, nervosismo, aborrecimentos com a família ou amigos, tristeza,
depressão, distúrbios alimentares, alteração de fusos horários, etc.
E as plantas são igualmente
importantes por diversos fatores: fornecem
o oxigénio, ajudam a filtrar poluentes, servem como elementos decorativos nas
nossas casas ou jardins, perfumam o ambiente, são capazes de transmitir paz e
tranquilidade, contribuem para a perpetuação de outros seres vivos, contém
certos elementos favoráveis ao combate de certas doenças, complementam as
nossas refeições, etc.
Por tudo isto, “por
que não voltar um pouco a nossa atenção para a mera atividade recolectora como
faziam os antepassados em busca de subsistência de saúde e alimentação?”;
frase esta, por sua vez patente no livro Plantas para curar e para comer,
cujo autor é Miguel Boieiro, que ao
ser formado em Contabilidade e Administração, já foi Presidente da Câmara
Municipal de Alcochete, da Assembleia Municipal de Alcochete e da
Assembleia municipal do Seixal, mas que atualmente exerce o cargo de Diretor
na Sociedade Portuguesa de Naturalogia, para além do facto de ser também
autor de vários artigos sobre botânica, viagens e administração local, bem como
do seu outro livro As plantas, nossas irmãs.
E assim começou a ser delineada uma entrevista para alguém
que eu quero, desde já, agradecer toda a amabilidade e simpatia em responder a
cada uma das questões abaixo indicadas:
1) De facto, tal com está patente logo ao início do seu livro Plantas para curar e para
comer, “em 2012 pela primeira vez
ocorreu, em maio, o Dia Internacional do Fascínio das Plantas, para que no
mundo as pessoas despertem para esse fascínio”, mas afinal que data é esta
e o que é que ela pretende assinalar?
Miguel Boieiro: Tal data, 18 de maio, pretende despertar
curiosidades para o riquíssimo mundo da botânica e sensibilizar os cidadãos
para a busca de conhecimentos sobre a flora. Eles são infindáveis e ninguém
sabe tudo. Todos juntos é que sabemos quase tudo e o quase é uma palavra
que tende para infinito. Isso é fascinante!
2) E que tipo de plantas silvestres comestíveis é que podemos,
por exemplo, incorporar na nossa alimentação diária?
Miguel Boieiro: Há imensas raízes, tubérculos, frutos e
folhas de plantas que crescem espontaneamente, beneficiando da diversidade de
solos e de microclimas existentes no nosso País. É mister conhecê-las, dominar
as suas características, colhê-las na altura própria em áreas suscetíveis não
poluidas.
3) Importa-se, já agora, de fornecer algum tipo de receita a
quem costuma seguir este blogue?
Miguel Boieiro: Na nossa cozinha, mal chega o tempo outonal, procuramos ter
sempre espargos silvestres. Apesar do estio prolongado deste ano, logrei já
colher quantidade suficiente para preparar, entre outras iguarias, um arrozinho
de espargos para o Almoço de Natal da Sociedade Portuguesa de Naturalogia que
se irá realizar no próximo dia 16 de dezembro. Habitualmente, ao pé de cada
chaparro há sempre uma espargueira donde brotam os rebentos tenros. Convém ter
uma boa acuidade visual para os colher pois eles são miméticos, isto é,
adquirem as cores dos locais onde medram. A receita é muito fácil, basta
cozê-los como qualquer legume. Outro modo, não menos apetecível é incorporá-los
em deliciosas omeletes.
4) Por outro lado, muitas dessas plantas são tanto mais nutritivas e compostas por certos elementos benéficos para a nossa própria saúde, quanto mais se conseguirem desenvolver no seu meio natural, correto?
Miguel Boieiro: Corretíssimo! As plantas nascem e medram livremente e por
isso estão muito mais equilibradas sob o ponto de vista bio-energético e radioestésico
(magnetismo).
5) E que regras alimentares básicas serão então necessárias
para se conseguir usufruir da melhor forma possível o que a Natureza nos dá?
Miguel Boieiro: Sou um acérrimo defensor de uma alimentação que preze os
vegetais que a natureza colocou generosamente ao nosso dispor. Há que os
aproveitar sabiamente não contrariando as leis naturais que regem todos os
seres vivos. Se os cidadãos reduzissem drasticamente o consumo da carne e dos
pseudo alimentos manufacturados com prejudiciais aditivos químicos, ganharíamos
todos muito em termos de saúde e de economia.
6) No seu livro refere ainda que “o País importa cerca de 70% dos bens alimentares que consome”, logo,
a agricultura biológica poderá ser também uma mais valia perante a necessidade
premente no que toca à conservação do meio ambiente e à melhoria da produção
sustentável de alimentos?
Miguel Boieiro: A agricultura biológica tem a ver com o futuro da Humanidade.
No nosso País a agricultura tem sido muito desprezada e adulterada através da
utilização, por vezes intensiva, de herbicidas, fungicidas e outros “sidas” que
resultam em produtos agradáveis à vista desarmada proporcionando um bom
“marketing” comercial. Simplesmente muitos desses géneros agrícolas retêm na
sua composição final ingredientes químicos altamente nocivos. Cada vez mais,
temos que procurar a utilidade das coisas em desfavor da rapidez dos lucros
económicos. Na alimentação essa premissa é por demais fundamental.
7) Segundo o site
relativo à intitulada Sociedade
Portuguesa de Naturalogia, a mesma encontra-se definida como sendo uma “associação sem fins lucrativos, reconhecida
como Instituição de utilidade pública, que tem por fim promover a cultura integral
da vida humana, ou seja, o desenvolvimento físico, emocional, mental e
espiritual, através do Naturismo”, mas qual a sua verdadeira história e que
tipo de atividades costuma desenvolver?
Miguel Boieiro: Em breves palavras não podemos descrever o enorme papel da
SPN na promoção da saúde física, mental e espiritual, bem como dos valores da
natureza ao longo de um percurso que começou em 1912. A SPN é a mais antiga
associação da península ibérica que defende esses valores. Creio que o livro
“Recordações da Natureza”, do Dr. Jorge Branco, antigo presidente da SPN,
recentemente publicado, responde, em parte, à questão formulada.
8) Contudo, estarão os portugueses efetivamente preparados para
acolher este tipo de princípios?
Miguel Boieiro: O processo é gradual e tem que ser levado a cabo com muita
persistência. A luta é contra o consumismo exacerbado que rege a nossa
sociedade. É preciso exercer práticas pedagógicas que promovam o interesse dos
cidadãos pelo conhecimento da natureza. Jamais se defende o que não se conhece.
Pouco a pouco, as pessoas vão ficando preparadas para enfrentar os desafios
ecológicos que crescentemente se colocam à Humanidade. Confio no sucesso, ainda
que a prazo, desta nobre missão.
9) E tendo já laborado em múltiplos sectores, em especial no
das autarquias locais, estarão as nossas entidades governamentais tentadas a
apoiar mais este tipo de iniciativas?
Miguel Boieiro: Essa é uma questão chave. Falta ainda muita informação e
formação adequada sobre estas iniciativas. Julgo que seria fundamental colocar
os órgãos de comunicação neste processo. Em particular, os canais de televisão
deveriam esclarecer devidamente sobre as vantagens da alimentação racional e
sobre as leis da natureza. Veja-se, por exemplo, o caso das notícias sobre pessoas
que ingerem cogumelos venenosos mas que não identificam esses cogumelos para
prevenir futuros acidentes.
Por outro lado, temos excesso de publicidades aliciantes mas
perfeitamente enganosas. Alguma vez as margarinas, quaisquer que sejam, fazem
bem ao coração?
Isso é informação?Para finalizar este texto, acabo com uma referência a propósito da localização da intitulada Sociedade Portuguesa de Naturalogia:
Para mais informações, por favor clique em:
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