Na quinta da Dona Maria de Jesus acorda-se muito cedo, logo após os
primeiros raios de sol a quererem entrar por todas as portadas de madeira
viradas a este, ressequidas pelo tempo que já não volta, assim que se ouve o
primeiro cantar do galo, confesso que ensurdecedor por vezes, à entrada da sua
ilustre capoeira!
Mas levantemo-nos de vez da cama e tomemos o nosso bom e merecido pequeno almoço, para o dia que se avizinha repleto de novas descobertas!
Mas levantemo-nos de vez da cama e tomemos o nosso bom e merecido pequeno almoço, para o dia que se avizinha repleto de novas descobertas!
Por
aqui predominam os queijos de cabra curados, bem como alguns tipos de enchidos
da zona de Vila de Rei, sempre acompanhados pelo tradicional pão caseiro, este
comprado à porta de casa por uma padeira da região.
Nisto, pega-se numa faca serrilhada, cortam-se algumas fatias do tal pão
caseiro e liga-se a torradeira…
Como
sabe tão bem barrar as ditas fatias com mel ou manteiga caseira, ao mesmo tempo
que se prepara uma chávena bem cheia de leite misturado a gosto com café forte
e uma colher de açúcar apenas!
E depressa olho para o relógio colocado na parede, pego na minha máquina fotográfica predileta e lá vou eu rumo à entrada da horta, onde a Dona Maria de Jesus já se encontrava a regar as suas abóboras, estas por sua vez um pouco mais crescidas do que ontem...
E, num
instante só, a cadela, de nome Castanha, em grande velocidade, desata a correr à
minha frente, com os seus olhos igualmente castanhos fixados no gato mais
matreiro da casa, o Preto, como que a convidar-me também para aquela brincadeira!
Mas eu
cá sigo antes ao encontro de algumas árvores de fruto, tais como: pessegueiros,
laranjeiras, figueiras, ameixoeiras… e ainda há o limoeiro, a oliveira e o
castanheiro!
Todavia,
ali e acolá, vou tropeçando, ora por umas fileiras de batateiras, ora por umas fileiras de
espinafres, para além dos tomateiros.
E a seguir, caminhando ao longo de uma certa vedação, deparo-me com alguns cachos de uva morangueiro, apesar de muito pouco maduros ainda...
E a seguir, caminhando ao longo de uma certa vedação, deparo-me com alguns cachos de uva morangueiro, apesar de muito pouco maduros ainda...
Meio-dia
é a hora marcada pelo sino da igreja da pequena aldeia, hora igualmente marcada
pela existência de novos ovos no galinheiro, numa altura em que a Dona Maria de
Jesus decide abrir as portas do galinheiro, a fim das suas galinhas poedeiras
ficarem por ali a esgravatar na terra à procura de sementes ou restos de cascas
de frutas espalhadas pelo chão...
Depois
do almoço, é tempo de descansar um pouco e de rever todas as minhas
fotografias, então sentada no alpendre da casa, agarrada a uma limonada bem
fresquinha e enriquecida por algumas folhas de hortelã apanhadas no momento!
Uma vez ou outra experimento também a trincar uns pedaços de noz, fazendo-me recordar, por outro lado, daquele doce amoras silvestres que eu experimentei a fazer pela primeira vez há cerca de dois anos atrás, como o tempo passa...
Por isso, atrevo-me a ir ver como é que estão as amoras deste verão, junto às traseiras da quinta...
Uma vez ou outra experimento também a trincar uns pedaços de noz, fazendo-me recordar, por outro lado, daquele doce amoras silvestres que eu experimentei a fazer pela primeira vez há cerca de dois anos atrás, como o tempo passa...
Por isso, atrevo-me a ir ver como é que estão as amoras deste verão, junto às traseiras da quinta...
Para
terminar este dia intenso de sabores e sensações, o céu continua a ser negro à
noite devido à quase ausência de luz elétrica, contrariamente ao que se passa
no ambiente da cidade...
E este é um dos aspetos, na minha opinião, que muitas vezes nos torna, aos poucos, verdadeiramente incapazes de apreciar as mais pequenas coisas e simples da vida, ao mesmo tempo fruto de um bem comum: a Natureza!
E este é um dos aspetos, na minha opinião, que muitas vezes nos torna, aos poucos, verdadeiramente incapazes de apreciar as mais pequenas coisas e simples da vida, ao mesmo tempo fruto de um bem comum: a Natureza!
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