A alergia
é um tipo de resposta imunológica do
nosso corpo frente a alguma substância em particular. Desta forma, nos dias
que correm, é algo cada vez mais comum, nomeadamente entre as crianças, sobretudo entre as
mais jovens, sendo preferível consultar um médico imunoalergologista logo que
começarem a aparecer os primeiros sintomas.
Encontrar o melhor tratamento é muitas vezes essencial
para combater o problema, uma vez que nessas mesmas idades é também mais
difícil de uma alergia ser identificada, logo causadora dos maiores transtornos para as próprias
crianças e os pais!
E de acordo com uma notícia avançada pelo site
da SPAIC (Sociedade Portuguesa de Alergologia
e Imunologia Clínica), em 7 de Abril 2014, “A anafilaxia é cada vez mais uma das
manifestações de alergia observadas na criança, sobretudo provocada por alergia alimentar:
até 22% das crianças Europeias têm uma alergia, com as reações alérgicas graves a
alimentos a aumentar”.
Vamos então procurar perceber melhor que tipo de
reação alérgica grave generalizada é esta, a anafilaxia, e como é que afinal se pode ajudar a divulgar este
tipo de situações, já que a missão maior da intitulada Associação de Apoio e Promoção à
Inclusão de Crianças com Anafilaxia é salvar vidas, tornando a vida de
quem sofre mais segura e mais inclusiva!
Convido, portanto, todos, a lerem as respostas abaixo,
relativamente às perguntas colocadas, por mim, a Sofia Fernandes, detentora dessa mesma Organização,agradecendo,
desde já, o seu tempo despendido:
Convido, portanto, todos, a lerem as respostas abaixo, relativamente às perguntas colocadas, por mim, a Sofia Fernandes, detentora dessa mesma Organização, agradecendo, desde já, o seu tempo despendido:
1. Para começar, o que é afinal a anafilaxia, a quem mais
afeta e quais os seus sintomas e efeitos mais notórios?
Sofia Fernandes: Anafilaxia é uma doença grave
potencialmente fatal, pela resposta excessiva do sistema imunitário, quando em
contacto com o alergénio, que pode ser alimentar (leite, ovos, frutos secos,
marisco, etc..), medicamentosa (antibióticos, inflamatórios) ou por picada de
insetos (abelhas, formigas), pode aparecer em qualquer idade, a qualquer
pessoa, os sintomas podem ser respiratórios, cardíacos, gastro intestinais,
cutâneos.
2.
Será algo hereditário? E que tipo de alimentação deverá seguir-se?
Sofia Fernandes: Alergias no histórico familiar
parecem aumentar a probabilidade de desenvolver Anafilaxia. Se a causa for
alimentar deve evitar o alimento em si e tudo o que levar esse alimento, muitas
vezes escondido. Por exemplo o leite, todos os seus derivados, bolachas, bolos,
cozinhados, que muitas vezes levam algum derivado do leite, alguns produtos de
higiene, até o material escolar existe leite. Um mundo a descobrir e sem margem
de erro, o preço a pagar é demasiado alto.
3. Existirá, por acaso, algum tipo de investigação bem-sucedida
no nosso país, ou lá fora, capaz de alterar um pouco o paradigma desta doença
ao nível da cura, por exemplo?
Sofia Fernandes: Existem várias cá e mundo fora,
pelo nosso país está a ter sucesso a dessensibilização e quando corre bem muda
para muito melhor a vida dessa família. Só uma equipa médica especializada pode
decidir se o doente está em condições de fazer e quando é adequado,
infelizmente nem todos os doentes podem fazer, e é um processo longo são vários
anos, com reações pelo meio, mas que muda a vida para melhor e mais segura.
Passando o corpo a tolerar alguma quantidade sem reagir com anafilaxia.
4. E como é que nasceu a Associação de Apoio e Promoção à
Inclusão de Crianças com Anafilaxia, e qual a sua verdadeira missão e objetivos
mais prementes?
Sofia Fernandes: A Missão Arco Iris levou vários
anos até ao seu nascimento, já fazia há pelo menos 5 anos de forma informal
este voluntariado e pouco a pouco mais e mais famílias, profissionais de saúde
foram-se juntando, o que no une é o espírito de Missão e queremos todos os
meninos sejam tratados de igual, possam ir à escola, sejam respeitados na
família e amigos, que não falte a medicação de emergência, que um internamento
não seja uma aventura perigosa, entre tantas outras coisas... por isso estamos
a oferecer de forma 100% gratuita, Portugal Continental, Madeira e Açores ações
de sensibilização e formação, desde os pequenos aos adultos, dos pais aos
profissionais de saúde e educação.
5. No seu entender, qual deverá ser a relação existente
entre casa/escola/família, nomeadamente quando existe este tipo de patologia?
Sofia Fernandes: A parceria escola-família é
fundamental, sempre mas quando existe uma doença grave ainda mais, a escola não
é uma empresa de eventos, é um local onde os meninos vão aprender e fazer
amigos, todas as festas, todos os passeios, todas as atividades são pensadas e
organizadas pelos profissionais de educação, pessoas que sabem dos problemas de
saúde dos meninos com quem trabalham, logo é muito fácil organizar as
coisas de forma segura e inclusiva para todos, o que NUNCA pode acontecer é
tirar um aluno da sala, ou não o levar a um passeio porque os doces ou fazer o
que nos apetece são mais importantes que um aluno!!! Podem fazer festas e
seguramente que os pais vão ajudar, podem fazer imensas atividades e sempre que
precisarem de ajuda estamos cá para fornecer ideias seguras, receitas, etc...
6. E que tipos de apoios se conhecerão porventura em
Portugal, por parte das entidades governamentais, para ajudar e acompanhar as
famílias que mais fazem parte deste dilema?
Sofia Fernandes: Em Portugal, a lei da inclusão é
excelente, o problema é quem a coloca em prática... se perguntar se A, B ou C
são a favor da inclusão, são todos, agora quem de facto é inclusivo nos atos...
pois, a realidade muda... o primeiro erro é acharem que inclusão é
solidariedade, logo só se faz quando queremos... não, a inclusão é um DIREITO
inalienável da criança e sua família! Inclusão é tudo com todos!! Todas as
crianças têm direito ao ensino, é um direito! Não existe o direito a
"fazer o que me apetece" no recinto escolar e pode parecer caricato,
mas em pleno século XXI isto é um desafio e bem grande!! Existe também de forma
gratuita serviços de imunoalergologia nos hospitais públicos que seguem os
meninos e são um apoio fundamental às suas famílias.
7. Já agora, como é que as crianças costumam lidar
com este tipo de problema? Será que têm tendência a isolar-se?
Sofia Fernandes: As crianças com anafilaxia, depende
muito da idade, da gravidade, do que têm vivido... se têm sofrido bullying? Se sim, dos pares ou dos
adultos?? Porque as crianças que vivem com isto desde sempre aceitam bem, é
natural o cuidado A ou B, o problema surge quando a sociedade os castiga por
terem uma doença grave... e os discrimina! E aí sim pode surgir o isolamento,
entre outras ...
8. Por último, como é que então cada um de nós pode
apoiar a Associação e a Missão Arco íris?
Sofia Fernandes: Ensinar para a diferença, todos os adultos e crianças,
ajudar a divulgar a nossa Missão vai salvar vidas e tornar a vida destes
meninos mais segura e inclusiva. Podem fazer voluntariado connosco, tornar
realidade a Missão.
Professora, dona de casa, blogger, apaixonada pela cozinha, ansiosa por conhecer novos caminhos
e que acredita no amor pela vida e pelos outros.
Desconhecia por isso obrigada pela partilha!!!
ResponderEliminarPor acaso eu também desconhecia, mas assim que tomei conhecimento achei por bem partilhar, apesar de não ter crianças, já que hoje em dia também cada vez mais se fala na questão do glúten ou do leite, por exemplo!
EliminarBom resto de dia,
Mónica Rebelo do blog Cozinha Com Rosto.