"O combate continua em curso", disse à agência Lusa fonte do CDOS de Leiria, sublinhando que o incêndio "ainda não está dominado".
Segundo a mesma fonte, ocorreram "várias reativações em vários setores, umas mais fortes do que outras", sendo que "os meios estão a combater consoante as reativações que vão aparecendo.
Em Pedrógão Grande, encontravam-se, pelas 07:30 de hoje, 1.187 operacionais e 406 veículos, de acordo com o 'site' da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos, segundo um balanço provisório.
O fogo começou em Escalos Fundeiros e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco e de Coimbra.
Realmente, é lamentável saber, como de facto começou tudo: trovoada seca!
Ora bem, de acordo com o site da Wikipédia, “uma trovoada seca é uma tempestade que
produz relâmpagos, mas em que a maioria ou toda a precipitação evapora antes de
atingir o solo (…) as trovoadas secas ocorrem essencialmente em condições
secas, e os relâmpagos são uma importante causa de incêndios. Por este motivo,
o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, e outras agências em
todo o mundo, emitem previsões da probabilidade de ocorrerem em determinadas
áreas.”
Então, muitos hoje se interrogam sobre o que é que afinal correu menos bem no que toca, por
exemplo, à troca de informações entre as entidades competentes a ver com a Meteorologia e a Proteção Civil!
E no portal de notícias da Globo, do passado dia 18 de junho, anunciava-se que “mais da metade das vítimas (30) morreu carbonizada dentro de seus carros na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra”; mas como é que foi acontecer tudo isto desta forma, sabendo que “o fogo começou por volta das 15h de sábado”?
E no portal de notícias da Globo, do passado dia 18 de junho, anunciava-se que “mais da metade das vítimas (30) morreu carbonizada dentro de seus carros na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra”; mas como é que foi acontecer tudo isto desta forma, sabendo que “o fogo começou por volta das 15h de sábado”?
E se, um pouco por todo o mundo, até há bem pouco tempo,
felicitava-se Portugal pelo facto do vencedor do Festival da Eurovisão da
Canção 2017 ser Salvador Sobral, apesar de, entretanto, a própria União
Europeia oferecer a sua preciosa ajuda a Pedrógão Grande, neste momento, encontra-se
este mesmo país, caracterizado todo ele por um profundo luto nacional, em grande
destaque por todo o mundo, muito embora pelas piores razões, em que, por
exemplo, o jornal espanhol El Mundo aponta o dedo para a "inoperância de Portugal na luta contra os
incêndios", sendo "a
tragédia com mais mortos num único fogo em quase um quarto de século em todo o
mundo"; por outro lado, esse mesmo jornal afirma que "a tragédia de
Pedrogão Grande deve desencadear a tomada de decisões ao nível europeu para
fazer da luta contra os incêndios uma prioridade em todo o sul da Europa", isto
de acordo com um artigo que eu também li no site da Sábado, do passado dia 19
de junho.
Já por volta do ano de 2005, se escrevia pela Internet, o
seguinte título, bastante atual, por sinal: “Floresta portuguesa: o desespero de hoje e a esperança no amanhã”; para além de que:
“O fogo é um elemento
presente nas paisagens dos países do Sul da Europa, tendo acompanhado o
pastoreio e os desbastes da floresta, através do tempo, e condicionado o
desenvolvimento ou regressão dos ecossistemas florestais (Alves et al., 2006). As
mudanças socioeconómicas em curso nos países do Sul da Europa, na segunda
metade do seculo XX, refletiram-se no uso tradicional da terra e estilo de vida
das populações e traduziram-se no aumento de grandes áreas de terras agrícolas
abandonadas, muitas das quais se tornaram paisagens propensas à ocorrência de
incêndios de grande intensidade, devido aos elevados níveis de biomassa,
acumulados ao longo dos anos e prontos para alimentar fogos catastróficos
durante o Verão. Com os grandes incêndios a aumentar em frequência e extensão,
tomando, por vezes, dimensões catastróficas, perdeu-se o seu importante papel
de renovadores dos ecossistemas (Noss et al., 2006).”
Não esqueçamos que, se por acaso 2008 foi o ano em que a área
ardida foi menor desde 1980, o pior ano continua a ser o de 2003, tudo de
acordo com dados retirados do site da Wikipédia, donde já também se pode ter
acesso a um pequeno texto sobre o “Incêndio
florestal de Pedrógão Grande em 2017.”
De facto, ao longo dos anos, tem-se assistido à saída de pessoas das zonas que compõem o interior para essencialmente
as grandes cidades do litoral, dando origem a uma emigração
demasiadamente ampla e desorganizada, sendo que, já em 2015, a Área
Metropolitana de Lisboa somava cerca de:
“2,8 milhões de habitantes, o que representa 27% da população portuguesa, enquanto a Área Metropolitana do Porto tem cerca de 18% da população total”!
“2,8 milhões de habitantes, o que representa 27% da população portuguesa, enquanto a Área Metropolitana do Porto tem cerca de 18% da população total”!
Obviamente que a busca por melhores condições de vida a ver
com a existência de desemprego repentino na família, bem como a procura por
melhores serviços, a ver com o fecho ininterrupto de escolas ou unidades de
saúde em certas localidades, serão algumas das grandes causas para todo este
efeito catastrófico, cujas consequências mais diretas poderão ser: aumento de
problemas de cariz social no litoral, como a pobreza ou a criminalidade,
criando-se empregos cada vez mais precários para fazer face a todo um conjunto
de necessidades, se calhar até inultrapassáveis, na minha opinião, ao mesmo
tempo que acontece a desertificação de aldeias e o posterior envelhecimento da
população, logo o aumento de impostos torna-se quase como que obrigatório, diminuindo-se
ainda mais os recursos naturais, campos agrícolas e todo um vasto conjunto de
costumes e valores humanos, perdendo-se também o posicionamento estratégico
conseguido até então.
E ainda temos depois a profunda alteração das nossas paisagens, dos nossos solos e das nossas florestas, que apesar de existir no
presente uma grande chamada de atenção em torno de temas tais como o turismo em
Portugal, a Gastronomia Portuguesa, a agricultura biológica, etc, assistindo-se
atualmente, aos poucos, e ainda bem, a um deslocamento de pessoas no sentido
contrário, ou seja, começam a surgir os intitulados “novos-rurais” com vontade
de contribuírem para o desenvolvimento dessas mesmas áreas isoladas,
por que não serem criados ainda mais incentivos ao nível do poder local e
instituições governamentais?
Termino este texto, apenas dizendo o seguinte: é tempo de mudar mentalidades, é tempo de unir forças, é
tempo de lutar pelas nossas crianças, pois
no campo da educação e da formação, sendo eu também professora ao nível do ensino público, esta será outra área onde é preciso fazer muitíssimo!
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